domingo, 2 de outubro de 2011

Educação Física

ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA PREVENÇÃO DA LOMBALGIA.


Rafael Morais Bickel [1] 
Mauro José de Souza [2]


Resumo

O presente estudo surgiu a partir da necessidade de analisar a maneira como os profissionais de Educação Física atuantes nas academias de Uberlândia tratam o aluno com dor lombar, freqüentes nos programas de atividade física constantes deste local. Para atender a estes interesses, este artigo objetivou investigar o conhecimento dos professores que atuam nas academias de Uberlândia acerca da lombalgia, bem como identificar os fatores que interferem na instabilidade lombar do indivíduo que freqüenta estes locais. Constituíram a amostragem desta pesquisa, 12 professores os quais trabalham em academias situadas na região central de Uberlândia. A estes foi aplicado um questionário misto sobre a temática. Os resultados apontaram para o fato de que, em sua maioria, os professores não demonstraram conhecimento satisfatório para avaliar e prescrever atividade física específica para a estabilização da região lombar.
Partindo do pressuposto de que a literatura especializada aponta que cerca de 80% dos brasileiros possuem problemas relacionados com a dor lombar, este estudo demonstrou a necessidade de um repensar a prática pedagógica desses profissionais.
 

Palavras-chave: Educação Física, Lombalgia, Estabilização segmentar vertebral
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INTRODUÇÃO



         Este artigo teve como temática a Atuação do Profissional de Educação Física na Prevenção da Lombalgia. A instabilidade lombar é apontada como causa primária e secundária da dor lombar, sendo este o fator que leva ao aumento da mobilidade do segmento vertebral, discopatias, sobrecarga e compressão de raízes nervosas (BISSCHOP, 2003).

           A lombalgia é um distúrbio que acomete cerca de 80 % da população do Brasil em algum momento da vida, sendo uma das causas mais comuns a gerar a procura por consulta médica (Cox, 2002). Este é um problema que pode se manifestar em qualquer pessoa, criando transtornos bio-psico-sociais por provocar dor, o que induz a uma redução da capacidade para o trabalho, atividades de vida diárias, e alterações emocionais. Por isso, a lombalgia se tornou, nesses últimos anos, uma das patologias mais presentes no nosso cotidiano (Rene Calliet, 2002).

           Em consulta à literatura especializada no assunto, notamos que existem vários trabalhos que retratam esta temática, porém nenhum associado a importância da atuação do profissional de Educação Física na prevenção de lombalgia. Acreditamos que esta intervenção específica deva ser diagnosticada e mapeada, pois é fundamental para um trabalho qualificado envolvendo a lombalgia, seja na prevenção ou mesmo na reabilitação de pessoas, cujo quadro já esteja manifestado. A não observância desta qualificação profissional no ambiente não formal, pode ocasionar um certo desconforto em academias onde os alunos vão embora mais cedo ou até param de “malhar” por falta de profissionais qualificados os quais conheçam e ofereçam um protocolo de exercícios específicos de estabilização lombar, fortalecendo os músculos transverso do abdome e multífido lombar, conforme preconiza a literatura especializada.

          É importante que o profissional de Educação Física atente às especificidades dos exercícios, criando estratégias para graduar as forças compressivas impostas pelos exercícios, incluindo também um número maior de exercícios estabilizadores em suas séries de treinamentos. Do exposto até aqui, pode-se concluir que programas de exercício com características específicas podem e devem ser desenvolvidos para que um indivíduo com lombalgia tenha um ótimo retorno as suas capacidades funcionais. É importante a atualização constante do profissional de Educação Física para que este atendimento seja feito com a melhor qualidade possível e para que ele possa atuar em equipes multidisciplinares implantando escolas de postura em serviços educacionais e de saúde (McGill, 2003). Acreditamos que uma atuação adequada por parte do profissional de Educação Física pode proporcionar grandes benefícios relacionados à diminuição da dor lombar, melhoria da capacidade geral para o trabalho e atividades diárias de cada indivíduo.

         Imersos nesta realidade, nos perguntamos: Como tem sido as práticas dos profissionais de Educação Física no interior das academias, com relação à uma correta explicação e prescrição de exercícios de estabilização segmentar vertebral? Esses profissionais tem conseguido atualizar seus conhecimentos nesta área? Tem conseguido diagnosticar possíveis lombalgias em seus alunos? Possuem conhecimento adequado para orientar as práticas corporais de seus alunos no tocante à dor lombar? A partir de uma análise empírica sobre a realidade que se apresenta no contexto das academias, percebemos que nem sempre ela tem se mostrado satisfatória, pois, convivendo diuturnamente com pessoas e profissionais que atuam neste contexto, constatamos que nem sempre existe o conhecimento necessário por parte dos profissionais atuantes, nem tampouco dos alunos, os quais desconhecem o “problema” e também a causa, se atentando para o fato apenas quando do aparecimento de sua sintomatologia. Acreditamos que muitos profissionais, embora tenham conhecimento sobre prescrição de exercícios, saibam realizar avaliações diagnósticas e formativas com seus alunos, ainda carecem de um conhecimento sobre esta temática que se coloca em questão. Entendemos que os espaços como academias de ginástica e musculação são locais propícios para o desenvolvimento da dor lombar, quando não existe uma correta orientação sobre a prática e execução dos exercícios propostos. Sendo assim, a atuação consciente e correta do profissional torna-se de fundamental importância para assegurar a melhor eficiência da atividade física na vida de cada indivíduo. Acreditamos que este trabalho poderá nos trazer subsídios para entender melhor esta problemática. Para tanto, objetivamos investigar a importância do profissional de Educação Física na prevenção de lombalgia. Especificamente pretendemos avaliar os benefícios dos exercícios relacionados ao exercício de Estabilização Segmentar Vertebral na lombalgia; identificar fatores que interferem na instabilidade lombar do indivíduo que leva à lombalgia; verificar a eficácia dos exercícios relacionados ao exercício de Estabilização Segmentar Vertebral na prevenção da lombalgia, e por fim, verificar o grau do conhecimento do profissional de Educação Física sobre a importância dos músculos transverso do abdome e multífido lombar no controle da estabilização da coluna vertebral.


ESTABILIZAÇÃO SEGMENTAR VERTEBRAL

         De acordo com a literatura especializada, os exercícios de estabilização segmentar vertebral tem como benefícios a capacidade de manter a coluna em posição neutra, dentro dos limites fisiológicos, sem déficit neurológico, deformidade ou dor incapacitante, gerando um estado de equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas de sustentação do corpo contra lesões ou as deformidades progressivas, independente do qual essas estruturas estão trabalhando ou repousando. Nessas condições os músculos funcionam mais eficientemente e as posições ótimas são proporcionadas para os órgãos torácicos e abdominais. (HALL E BRODY, 2001, p. 130).

     Um dos fatores que interferem na instabilidade segmentar lombar do indívíduo que leva a lombalgia é uma frouxidão ao redor da posição neutra do segmento vertebral chamado de “zona neutra”. A zona neutra é uma importante medida de estabilidade das vértebras. Isto pode ser influenciado pelo sistema passivo (vértebras, discos intervertebrais, articulação zigoapofisária e ligamentos), sistema ativo (músculo e tendões que atuam no pilar vertebral) e sistema neural que direciona e controla o sistema ativo para suprir a estabilização dinâmica (O´SULLIVAN, 2000, P.02-12).

      Os músculos do tronco foram classificados em dois sistemas musculares: sistema muscular global e sistema muscular local, que atuam na manutenção da estabilidade vertebral. O sistema muscular local inclui os músculos profundos e algumas porções profundas de músculos que tem suas origens ou inserções na vértebra lombar, sendo eles: multífido, psoas maior, quadrado lombar, parte lombar do iliocostal, longuíssimo, transverso abdominal, diafragma e fibras posteriores do oblíquo interno. O sistema muscular global são músculos superficiais ligados ao tronco que não são diretamente ligados a vértebras e cruzam múltiplos segmentos, sendo eles: reto abdominal, oblíquo externo e parte torácica do iliocostal lombar (O´SULLIVAN, 2000, P.02-12).

      Esses dois sistemas trabalham de forma diferente, mas devem atuar de forma coordenada para proporcionar estabilização segmentar lombar. No caso de lombalgia isto não ocorre. (MAHER, 2005, P. 01-08)

     A lombalgia crônica para Arokoski et al. está associada a mudanças histomorfológicas e a estruturas nos músculos paraespinhais, que, por serem menores, contém mais gordura, e mostram atrofia. Conseqüentemente, os músculos paraespinhais são fracos e exibem fadigabilidade. Esta mudança é conseqüente ao descondicionamento secundário à dor. (AROKOSKI, J. P.; VALTA T.; AIRAKSINEM, O.; KANKAANPÄÄ, 2001, 1089-1098).

      Maher et al.descrevem que pessoas com lombalgia possuem mudanças na estratégia do controle motor do tronco durante a atividade dos músculos profundos que estão prejudicados e atrofiados. Além disso, todos os músculos profundos contribuem para controlar o movimento e estabilidade da coluna, mostram também controle intervertebral, mas com vantagem dinâmica no controle vertebral. Os autores também relatam que pessoas com dor lombar adotam posturas para aumentar a rigidez e estabilidade a custas das funções vertebrais. Há evidências que o multífido e os abdominais profundos estão afetados na lombalgia, pois ocorre perda generalizada da força e descondicionamento, afetando o ritmo dos modelos de co-contração (MAHER, 2005, P. 01-08)

      O sistema muscular local é essencial para prover estabilidade, mas não é suficiente se os músculos forem ineficazes para controle vertebral (RICHARDISON, HODGES, HIDES, 2004, p.101-110).

     O músculo multífido, o qual é ligado vértebra a vértebra, é o principal exemplo muscular do sistema local, tendo em sua composição maior concentração de fibra do tipo I. (RICHARDISON, HODGES, HIDES, 2004, p.101-110), (AROKOSKI, J. P.; VALTA T.; AIRAKSINEM, O.; KANKAANPÄÄ, 2001, 1089-1098).

    O músculo multífido cobre a superfície do sacro, dirigindo-se para cima e para dentro para se inserir nos processos espinhosos das vértebras lombares e sacrais, preenchendo os canais entre os ossos do sacro e dos ossos ilíacos, assim como entre os processos espinhosos e transversais da coluna lombar. Portanto, as partes moles ao longo da área paraverterbral são formadas principalmente pela massa do músculo multífido, impossibilitando praticamente a palpação dos processos transversais das vértebras lombares. A principal função do músculo multífido é controlar a flexão e a ação tangencial sobre a coluna durante a inclinação do tronco para frente, devido sua concentração excêntrica. Ele pouco contribui para os movimentos de rotação, mas sua atividade durante a rotação compensa as forças de flexão criadas pelos músculos abdominais; sendo esses os principais músculos encarregados da rotação do tronco. Também exerce pressão sobre a coluna lombar, contribuindo, desta forma, para estabilidade da coluna (SAHRMANN, 2005, p. 65-74).

     Os pequenos músculos intersegmentares, tais como: intertransversal e interespinhais, não predominam como estabilizadores mecânicos, mas sim com função proprioceptiva. Na região lombar propõe-se que o multífido contribui para estabilização da vértebra, via controle da lordose, o que permite uma distribuição de forças iguais (RICHARDISON, HODGES, HIDES, 2004, p.101-110) .

    O músculo quadrado lombar tem seu tamanho consideravelmente inferior aos dos extensores da coluna, porém desempenha importante papel na motilidade lombopélvica, devido ao seu local de inserção, e contribui principalmente para a estabilização da coluna. Por sua contração excêntrica, o músculo quadrado lombar controla a flexão lateral para o lado oposto, enquanto a contração concêntrica favorece o controle sobre o retorno após a flexão lateral (SAHRMANN, 2005, p. 65-74).

     A contração do músculo transverso abdominal contribui para estabilizar a coluna lombar por sua inserção na    fáscia toracolombar. O músculo transverso abdominal é o primeiro músculo da parede abdominal a ser ativado para estabilização postural na posição ereta .Segundo Hodges (apud Sahrmann) [25] um atraso na atividade do músculo transverso pode desempenhar algum papel na disfunção da coluna lombossacral no paciente que apresenta dores nesta região. (RICHARDISON, HODGES, HIDES, 2004, p.101-110).

    Essa atividade atrasada pode ser a causa da estabilização inadequada da coluna lombar durante os movimentos dos membros superiores. (SAHRMANN, 2005, p. 65-74)

    Outra estrutura que pode contribuir para estabilização lombar é a fáscia toracolombar. A fáscia toracolombar é um tecido forte, com fibras de colágeno bem desenvolvidas, que contém corpos de Ruffini e Pacini associados com inervação difusa. Isto é importante para mostrar que o sistema músculo fascial, que protege a região lombossacral, tem influência dos músculos na tensão das fáscias o que é vitalmente importante .É evidente que a fáscia toracolombar, através da conexão muscular, contribui para o aumento da rigidez lombar e estabilização lombar, atuando também com papel proprioceptivo (RICHARDISON, HODGES, HIDES, 2004, p.101-110).

    A intensa atividade dos músculos globais é associada com aumento de carga vertebral, o que pode contribuir para agravar a lombalgia (AROKOSKI, 2001, 1089-1098).

     Em seguida foi possível identificar o grau de eficiência dos exercícios relacionados ao método de estabilização segmentar vertebral na prevenção da lombalgia descrevendo a forma de atuação:

     Para Richardson o treinamento de estabilização segmentar é uma técnica baseada nos princípios de prevenção e tratamento desenvolvidos pelo conhecimento do complexo neurofisiológico, que envolve a proteção articular e o desenvolvimento dos sintomas dolorosos, tendo resultados nos exercícios de estabilização segmentar. (RICHARDISON, HODGES, HIDES, 2004, p.101-110).

      Maher et al.descrevem que os exercícios do controle motor devem treinar a musculatura profunda isoladamente antes de progredir para tarefas que treinam coordenação dos músculos profundos e superficiais. Explica também que este treinamento pode ser de difícil execução para o paciente. Este recurso necessita que o Educador Físico ensine, com a palpação e observação, como contrair os músculos desejados para melhor compreensão do aluno. Registros confirmam que a coordenação dos músculos abdominais pode ser restaurada com treinos específicos, mas não com simples ativação durante atividades como sentar e levantar [17]. (MAHER, 2005, P. 01-08)

       Já para O’Sullivan a conduta no tratamento da lombalgia crônica tem sido baseada em treinamento muscular específico. São considerados estabilizadores dinâmicos e controlador segmentar vertebral, por exemplo, os seguintes músculos: transverso abdominal, diafragma e multífido lombar, baseado na identificação dos déficits de controle motor destes. Esta técnica é baseada em um modelo de aprendizado motor focalizado nas falhas dos padrões; os componentes do movimento são isolados e reeducados dentro de tarefas específicas de cada paciente. Este modelo de treinamento mostrou-se efetivo com redução da dor e desordem funcional em indivíduos com lombalgia crônica com um diagnóstico de instabilidade segmentar lombar. (O´SULLIVAN, 2000, P.02-12)

      Diferentes modelos de tratamento têm sido propostos para pacientes com LBG, mas nenhum método parece ser mais efetivo que outro (LEWIS, 2004, 711 – 721).

     Todavia, sabe-se que exercícios específicos em transverso do abdômen e multífido têm mostrado diminuição da dor em pacientes com lombalgia (RICHARDSON, 1995; 2 – 10).

     Arokoski realizou um experimento e mostrou que os músculos extensores do tronco podem ser ativados em diversas posições. A melhor ativação do multífido lombar foi em posição de decúbito ventral com extensão bilateral de membros inferiores, podendo agravar a LBG. Deve-se lembrar que o multífido precisa ser treinado com 25% da contração máxima voluntária para aumentar sua resistência à fadiga. Exercícios em posição ereta com auxílio de halteres nas mãos podem influenciar a ativação dos músculos estabilizadores do tronco. O exercício em posição ereta com extensão de membros superiores contra resistência provoca ativação dos abdominais. O oblíquo interno pode ser ativado em exercício de ponte com os membros inferiores sob uma bola. Assim, vários exercícios específicos podem ser utilizados para obter estabilização segmentar. (AROKOSKI, J. P.; VALTA T.; AIRAKSINEM, O.; KANKAANPÄÄ, 2001, 1089-1098).

      Danneels et al. [5] com estudos eletromiográficos utilizando exercícios assimétricos de estabilização mostraram uma ativação simétrica dos músculos estabilizadores na presença de baixas cargas de exercício. Os músculos globais, porém, mostraram padrões assimétricos de ativação durante as mesmas atividades, sugerindo o seu papel de estabilizadores secundários e movimentadores primários.( DANEELS, 2001; E114-E121).

     Já Barr et al. [2] em seus estudos mostraram que o treinamento através de exercícios de estabilização foi mais efetivo que a manipulação, em termos de melhoria individual e recidiva das dores lombares.

(BARR, R. E.; WLIKMAR, N. L.;, 2003; 233-241).

     No experimento de Koumantakis [11] indivíduos com LBG recidivante de causa não específica receberam um programa de tratamento com exercícios gerais para o tronco e outro grupo recebeu exercícios específicos para estabilização segmentar. Ele concluiu que os dois grupos beneficiaram-se com o programa proposto, diminuindo sintomas instáveis devido ao descondicionamento da musculatura do tronco, sobretudo após o terceiro mês de treinamento. Mostrou também que os exercícios específicos beneficiaram principalmente indivíduos com sintomas grosseiros de instabilidade ou avantajada diferença assimétrica na ação do multífido.( KOUMANTAKIS, G. A.; WATSON, P. J.; OLDHAM, J. A ; 2005; 209- 225).

     A proposta do estudo de Vezina [30] foi quantificar e comparar amplitudes eletromiográficas da musculatura abdominal e extensora do tronco durante a realização de exercícios terapêuticos usados no tratamento da lombalgia. O seu resultado mostrou que uma pequena porcentagem da contração isométrica máxima voluntária da musculatura estabilizadora do tronco é importante para o treinamento da musculatura dinâmica.( VEZINA, J. M.; HUBLEY-KOZEY, C. L; 2000; 1370-1379).

     McGill et al. [19] procederam a uma coleta de dados referentes à resistência isométrica em indivíduos saudáveis realizando exercícios de flexão, extensão e ponte do tronco. Ao final constataram que o exercício de ponte lateral é ideal para estimular o quadrado lombar e os músculos da parede abdominal e assim aumentar a estabilidade vertebral com mínima sobrecarga.( MCGILL, S. M.; CHILDS, A.; LIEBENSON, C; 1999; 941-944).

     Lehman et al. [13] mostraram em seu estudo que para ativar os músculos reto abdominal e oblíquo externo podem ser utilizadas bolas suíças com treino de ponte em pronação e ponte lateral. O músculo eretor espinhal pode ser ativado com exercícios de ponte lateral.( LEHMAN, G. J.; HODA, W.; OLIVER, S.; 2005; 1-8).

    Hildenbrand e Noble [8] avaliaram a atividade dos músculos reto abdominal, oblíquo externo e reto femoral durante os exercícios de abdominal simples e com o uso de equipamentos como o Abroller, Abslide e Fitball. Os dispositivos utilizados para os exercícios abdominais não obtiveram altas atividades elétricas do reto abdominal comparadas aos dos abdominais simples. O uso do Abslide extraiu maior atividade do oblíquo externo do que os outros modos. O Abroller e abdominal simples envolvem significantemente menor atividade do reto femoral, indicando que menor flexão de quadril contribui ao exercício. (HILDENBRAND, K.; NOBLE, L. ; 2004; 37-43).

     Um outro estudo mais recente feito por Leena et al. [12], em que a estabilização segmentar foi associada à consulta médica, relatou maiores benefícios e diminuição da dor lombar crônica. (LEENA, N. et al., 2005; 1109-1115).

CASUÍSTICA


     O tipo de pesquisa relacionada ao artigo foi quali-quantitativa tendo como tratamento de dados a análise descritiva. Para atender aos objetivos propostos, foram investigados 12 professores de educação física que trabalham em academias de musculação da região central da cidade de Uberlândia-MG. Foram pesquisadas 12 academias da região central de Uberlândia por serem mais divulgadas e freqüentadas por alunos, no interior das quais se esperou encontrar os profissionais mais qualificados nesta área, que pudessem se constituir em uma amostragem significativa para a cidade. Os professores foram submetidos à aplicação de um questionário misto, composto por seis questões fechadas e abertas e uma fechada somente, elaboradas pelo próprio pesquisador, a partir do auxílio do orientador. O questionário aplicado continha perguntas referentes ao conhecimento do profissional de Educação Física sobre a lombalgia e a importância de saber prevenir para que os sintomas da lombalgia não aumentem e para que a musculatura lombar se torne mais funcional. Coube diretamente ao pesquisador a coleta dos dados, onde os sujeitos foram abordados diretamente em suas respectivas academias, conforme mencionado acima. Inicialmente foi explicado os objetivos da pesquisa e os professores foram devidamente orientados sobre o correto preenchimento dos questionários. Aos sujeitos foi solicitada a resposta no momento da entrega do questionário, para que pudéssemos ter uma margem mais representativa e não se corresse o risco de não receber posteriores respostas. Para a análise dos dados, foi considerado a totalidade das respostas, tendo sido estas analisadas separadamente a partir da estatística das respostas apresentadas.


APRESENTAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS



      Na primeira questão, quando interrogados sobre o fato de possuírem conhecimento sobre o que é a dor lombar, todos os professores responderam sim, evidenciando ser esta uma informação conhecida por todos os sujeitos.

     Em seguida, quando indagados sobre o fato de realizarem uma avaliação prévia nos alunos iniciantes, todos os professores afirmaram aplicar uma avaliação inicial em seus alunos, no entanto, em sua grande maioria, não souberam justificar nem tampouco explicar o caráter desta avaliação. Este fato pode nos trazer indícios de que pouca ou nenhuma avaliação prévia relacionada a lombalgia é realizada.

      Acreditamos que seria importante aplicar uma ficha de anamnese para dor lombar durante a avaliação física do aluno para que o professor perante as respostas possa identificar se o aluno tem ou não dores lombares, para que posteriormente o professor possa realizar o exercício passivo de estabilização segmentar vertebral, através do trabalho de ativação e controle motor do músculo transverso do abdome (mantém a pressão interna do abdome, mantem a coluna ereta), reto abdominal (faz flexão do tronco) e multífido lombar (alem de promover a extensão do tronco esse músculo proporciona estabilidade posterior para coluna vertebral, tendo também importância na flexão de tronco) na coluna lombar

     Na questão número 3 todos os professores que foram interrogados nas academias responderam que prescrevem um programa de exercícios com características específicas, porém nenhum soube explicar com detalhes qual programa de exercícios eles prescrevem, sendo que 2 responderam que passam o exercício de mesa flexora deitado para alunos com dor lombar, e 2 responderam que passam o alongamento para alunos com dor lombar e 1 respondeu que passa o exercício com prancha abdominal.

     Na mesa flexora deitado é possível contrair os músculos inferiores, Bíceps da coxa (cabeça longa e curta), semitendinoso, semimembranoso, e gastrocnémio, portanto não contrai nenhum músculo da região lombar. Por definição, alongamento é o nome dado ao exercício para aumentar a flexibilidade dos músculos, então não se pode fortalecer um músculo com alongamentos. Alongar-se entre as séries libera ácido lático e permite a entrada de bons nutrientes, aumentando sua energia para a série seguinte. Na prancha abdominal o indivíduo contrai os músculos reto abdominal (flexão de tronco, tensiona a parede anterior do abdome e abaixa as costelas), reto femural, oblíquo externo e tensor da fáscia lata, mas além de inclinar o tronco ultrapassando 20 graus, de baixo pra cima o movimento força muito a coluna lombar sem fortalecer os músculos multífidos mantendo a instabilidade vertebral lombar.

      Na questão número 4, 10 professores que foram interrogados nas academias responderam que já utilizaram, com seus alunos, algum aparelho de academia para prevenir dor lombar, porém 1 não justificou, 2 não souberam responder( passariam exercício de agachamento com pouca flexão de perna, 2 responderam que utilizam o exercício de mesa flexora deitado, 1 respondeu que usa banco romano, puxador vertical frontal, abdominais e alongamento passivo e ativo, 2 responderam que passam o exercício extensão de tronco, 1 respondeu que usa o aparelho banco romano, 1 enviou para o médico, 1 não utiliza nenhum aparelho.

      No exercício de agachamento o aluno contrai o quadríceps (vasto lateral, reto da coxa, vasto intermediário e vasto medial), glúteo médio e glúteo maior sem contrair nenhum músculo da região lombar. No aparelho banco romano, o exercício é realizado em decúbito ventral e tem como finalidade principal o trabalho dos músculos bíceps femoral, semitendíneo, semimembranáceo e gastrocnêmio. Contudo, durante a execução deste exercício, embora vise desenvolver a musculatura posterior da coxa, ocorrem alterações na angulação da coluna lombar pela necessidade de recrutamento da musculatura da região lombar e pélvica, provavelmente em conseqüência da elevada sobrecarga que deve ser vencida. Esse aumento de curvatura provocado pela extensão já pode ser visto como uma predisposição a lesões ou desconforto nesta região, já que a dor articular é com freqüência piorada por posturas e posições assumidas, nas quais as superfícies articulares são aproximadas. O puxador frente apresenta maior ativação do grande dorsal, devido ao fato de que este exercício envolve uma adução e extensão da glenoumeral, trapézio (parte transversa e ascendente), o rombóide, o bíceps braquial e, com menor intensidade, os peitorais. Durante a extensão do tronco, os eretores da espinha também participam, porem a dor continua.

      Na questão número 5, 8 professores que foram interrogados nas academias responderam que tem conhecimento dos músculos a serem trabalhados para prevenir dor lombar, porém 1 respondeu que se tratava dos músculos dorsais, com ênfase lombar e região abdominal, 1 respondeu que se tratava dos paravertebrais, lombar, abdomem, 4 não tem conhecimento, 1 respondeu abdominais, eretor da coluna e dorsais, 1 respondeu abdômen em geral, lombares dentre outros, 1 respondeu dorsais e abdomem, 1 respondeu abdomem, lombar, 1 respondeu área central, lombar e inferior, 1 respondeu músculos dorsais, posterior de coxa e abdomem (músculos superiores).

      De acordo com a revisão de literatura, os músculos a serem trabalhados na prevenção de dor lombar são o reto abdominal, transverso do abdomem, oblíquos e multífidos, portanto acreditamos que as respostas obtidas não estão totalmente esclarecidas já que alguns professores não souberam responder o nome exato dos músculos estabilizadores da coluna lombar.

     Na questão número 6, 3 professores que foram interrogados nas academias responderam que 40% à 60% dos alunos que freqüentam a academia apresentam dor lombar, 9 professores que foram interrogados nas academias responderam que 10% à 30% dos alunos que freqüentam a academia apresentam dor lombar, no entanto nenhum dos professores se mostrou apto a justificar a porcentagem.

      Na questão número 7, 8 professores que foram interrogados nas academias responderam que após a aplicação de exercícios específicos, os alunos saem da academia com ausência e/ou diminuição de dor, 1 marcou a alternativa (outros) especificando que 85% saem com ausência de dor e outros 15% necessitam de exames específicos e tratamento com fármacos, para posteriormente começarem a executar treinamento acompanhado com laudo médico, 1 marcou a alternativa (outros) especificando que normalmente sim, pois o aluno procura exercícios que possam estar causando essas dores caso ele esteja executando de forma incorreta, 1 marcou a alternativa (outros) especificando que com tratamento, alongamento a dor lombar se torna ausente, na maioria das vezes isso não acontece, pois depende se foi afetada alguma estrutura da coluna.



CONSIDERAÇÕES FINAIS



     A partir dos resultados obtidos pudemos comprovar nossas hipóteses iniciais. Embora demonstraram interesse pelo assunto, suas respostas não foram condizentes com este pensamento, pois não souberam apresentar conhecimento sobre o assunto capaz de orientar uma prática pedagógica eficaz no tocante a esta temática, ficando suas práticas restritas ao conhecimento do senso comum e sujeitas às restrições que o mesmo acarreta.

    Sendo assim, temos indícios claros que nos permitem inferir que os professores carecem de muito conhecimento sobre as causas da lombalgia e assinalamos que os mesmos precisam reciclar seus conhecimentos através de novas referências dos exercícios de estabilização vertebral.

    Nesse sentido, acreditamos que os educadores físicos das academias pesquisadas em Uberlândia necessitam se atualizar mais nos estudos sobre exercícios estabilizadores das vértebras lombares no sentido de poderem oferecer uma melhor orientação a seus alunos, pois geralmente é nas academias que eles desenvolvem esses problemas por conta de exercícios executados erroneamente, e às vezes sem uma instrução adequada. Seguindo o referencial teórico de (McGill, 2003), e considerando os resultados deste estudo, podemos sugerir, como possibilidade de formação continuada, um programa de exercícios para pessoas com lombalgia, o qual se encontra anexado a este trabalho.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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COX, J.M.; Dor Lombar: Mecanismo, Diagnóstico e Tratamento. 6ª ed. Manole: São Paulo,2002.

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HIDES, J. A.; STOKES, M. J.; JULL, G. A. COOPER, D. H. Evidência de Atrofia do Músculo Multifidus Lombar Ipsilateral aos Sintomas em Pacientes com Dor Lombar Aguda/Subaguda. Spine 19(2): 165-172, 1994]

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MAHER, C.G. et al. The effect of motor control exercise versus placebo in patients with chronic low back pain. BMC musculoskeletal disorders, 2005; 6 (54): 1-8.

McGILL, S. Exercícios para a região lombar: prescrição para as costas sadias e recuperação. In: Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. American College of Sports Medicine. Ed Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 2003.

SAHRMANN, S. A. Diagnósticos e Tratamento das Síndromes de Disfunção Motora. São Paulo: Santos, 2005.

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[1] Acadêmico do Curso de Educação Física do Centro Universitário do Triângulo – UNITRI. E-mail:


[2] Orientador, Professor do Curso de Educação Física do Centro Universitário do Triângulo - UNITRI



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ANEXO 1




Exercício passivo de estabilização segmentar vertebral (McGill, 2003).



Eu vou prevenir para regredir os sintomas e para que a pessoa se torne mais funcional possível! Tudo no dia a dia que faço como sentar, cair, levantar, uso os músculos de fibra vermelha (responsável pelo movimento rápido), os músculos de fibra superficial predomina fibra rápida, portanto vamos exercitar os músculos de fibra rápida.

1o - Colocar dois dedos na crista ilíaca

2o - Usar comando de voz (pedir para o aluno torcir)

3o- Multífido com transverso forma uma cinta muscular ao redor da coluna lombar

4o- Importante mentalizar a contração (exercício neuromuscular)

5o- Usar comando de voz (contrair como se estivesse prendendo o xixi e contrair o ânus)

6o- Apalpar a crista ilíaca e colocar os dedos no lado do umbigo para dentro (reto abdominal)

7o- Contrair no final da 3aexpiração soltando o ar devagar (o professor vai contar até 7)

8o-

- 1ª fase (Realizar o exercício 3 vezes (contrair o transverso abdominal na terceira expiração)

- 2a fase (manter o transverso contraído e usar comando de voz – respirar tipo cachorrinho)

9o – Elevar o umbigo em direção a coluna lombar

- 1ª fase (Achar a L4- vértebra lombar 4, apalpando a crista ilíaca)

- 2a fase (Traçar uma linha imaginária da crista ilíaca até a vértebra lombar 4)

-3a fase (Achar o músculo Multífido, apalpar e ver qual músculo está mais fraco, direito ou esquerdo, e dar ênfase no mais fraco usando o comando de voz – levanta levemente o tronco, contraír o transverso e empurrar com a contração meus dedos que estão pressionando levemente o músculo multífido mais fraco, (observação:lembre-se que esse exercício é neuromuscular, portanto é preciso mentalizar o músculo que quer contrair).

______________________________________________________________________________________

ANEXO 2

QUESTONÁRIO



1- Você sabe o que é dor lombar?

( ) Sim

( ) Não



2- Quando você recebe um aluno na academia, é realizada alguma avaliação prévia do mesmo?

( ) Sim

( ) Não

( ) Às vezes (somente em alguns casos específicos...)

Justificar_______________________________________________________________________________________________________________________________________________



3- Ao receber um aluno com dor lombar, você prescreve um programa de exercícios com características específicas?

( ) Sim. (Descrever sinteticamente as características do programa)

( ) Não.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------



4- Já utilizou, com seus alunos, algum aparelho de academia para prevenir dor lombar?

( ) Sim. Qual(is)?

( ) Não

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------



5- Você tem conhecimento dos músculos a serem trabalhados para prevenir dor lombar?

( ) Sim . Quais?

( ) Não



6- Dos alunos que freqüentam sua academia, qual o percentual médio de alunos que apresentam dor lombar?

( ) 0% à 25%

( ) 26% à 50%

( ) 51% à 75%

( ) 76% a 100%

( ) Não tenho o controle sobre esta informação





7 – Considerando o grupo de alunos com dor lombar, após a aplicação de exercícios específicos, os alunos saem da academia com ausência e/ou diminuição de dor?



( ) Sim .

( ) Não.

( ) Outros (especificar)________________________________________________________

Atenção: Proibido cópia sem referência aos autores

Referência:

BICKEL, R.M; SOUZA, M.J. Atuação do Profissional de Educação Física na Prevenção da Lombalgia. 2009. 19f.  Trabalho Acadêmico ( Curso de Graduação em Educação Física) do Centro Universitário do Triângulo - UNITRI, Uberlândia,2009.


Enfermagem

SÍNDROME DE Burnout



Pâmela Patrícia Correa da Silva [1]
Degmar Castro [2]



Resumo


O presente artigo trata-se de uma revisão bibliográfica que tem como objetivo esclarecer os aspectos relevantes da Síndrome de Burnout que embora pouco difundida já afeta cerca de três a cada dez trabalhadores brasileiros. A Síndrome é considerada uma resposta ao estresse crônico que afeta a execução de tarefas, a produtividade, o relacionamento interpessoal e a qualidade de vida no ambiente de trabalho. Apresenta como elementos básicos a exaustão emocional, despersonalização e a falta de realização pessoal.

 Palavras-chave: Burnout. Depressão. Diagnóstico. Papel do Enfermeiro.

1 INTRODUÇÃO


A Síndrome de Burnout foi mencionada pela primeira vez por um psicólogo familiar chamado Herbert Freundeberg ao utilizar o termo “Burnout” relacionando-o ao stress causado por atividades exercidas durante o dia (ESTEVE, 1992). Freundeberg era um psicanalista que trabalhava em um ambiente inadequado com voluntários que não possuíam experiência, tendo uma jornada excessiva de trabalho, chegando há vinte horas por dia, com uma população pobre e enferma. Após um tempo, ele começou a desenvolver um quadro de gripe persistente, perda de peso, irritabilidade e exaustão, a partir daí iniciou uma abordagem sobre a Síndrome (SILVÉRIO, 1995).

A palavra Burnout tem origem inglesa derivada de duas palavras Burn cujo significado é “queimar” e Out “fora” termo que traduzido para o português pode ser compreendido como “consumir-se de dentro para fora” ou como “combustão completa” o qual desencadeia alterações psicológicas podendo acarretar em problemas físicos e prejudicar o desempenho do trabalhador (WIKIPEDIA, 2009). Esta palavra segundo JBEILI, 2008 em 1940 já estaria sendo utilizada como gíria por militares e engenheiros mecânicos como sendo uma paralisação em turbinas de jatos e outros motores. Foi utilizada posteriormente na área da saúde como caracterização de debilidade e comprometimento em usuários de drogas, sendo em 1974 caracterizada por estresse crônico quando Herbert Freudenberg, psiquiatra, publicou um artigo direcionado aos “temas sociais” no Journal of Social Issues.
             
Segundo uma pesquisa realizada com profissionais de nove países pela International Stress Management Association (ISMA) mostra que o Brasil está em segundo lugar no ranking de trabalhadores mais estressados no mundo perdendo apenas para o Japão. Possui cerca de três milhões de mulheres afetadas e três a cada dez trabalhadores já possuem a Síndrome (LINS, 2008; RODRIGUES, 2009).

A legislação Brasileira que auxilia o trabalhador menciona a Síndrome de Burnout no segundo anexo abordando agentes patogênicos causadores de doenças laborais.  O decreto n° 3048/99 de 6 de maio de 1996 dispõe sobre a regulamentação da previdência social (artigo 20 da lei n° 8214/91) e engloba transtornos mentais e comportamentais relacionados ao trabalho inclusos no grupo V da Cid 10 (CARLOTTO e CAMARA, 2007).

           
2 SINAIS E SINTOMAS
           

           Diversos fatores interferem para a origem da síndrome. Trata-se de uma união de fatores relacionados ao ambiente de trabalho, da atividade desempenhada e das características pessoais (PEREIRA, 2004).   

            Alvarez et al. (1993) diz não ser possível determinar com exatidão a origem da Síndrome e nem seu desenvolvimento. Apesar disso ele sugere três etapas para nos orientarmos. Primeiramente a quantidade de trabalho é maior que os recursos materiais e humanos e isto provoca uma situação de estresse, a qual o indivíduo tende a não aceitar. Em seguida, ocorre uma sobrecarga de trabalho e o indivíduo responde de forma inadequada, a partir daí, começam a aparecer os primeiros sintomas que são a ansiedade, fraqueza, irritabilidade, e alterações emocionais no ambiente de trabalho. Por ultimo teríamos o enfrentamento defensivo que acarretará em mudanças de condutas e atitudes a fim de defender-se ativamente e resistir às tensões.
           
            Para Borges et al, 2003 a Síndrome é composta por três elementos:

- Exaustão Emocional: a pessoa apresenta dificuldades emocionais para lidar com fatores estressores apresentando fraqueza, falta de energia e exaustão.
-Diminuição da realização pessoal: refere-se à falta de satisfação com as atividades realizadas no ambiente de trabalho (o indivíduo não se sente capaz de realizar algumas atividades ou não tem ânimo para desempenhá-las).
-Despersonalização: a pessoa adquire atitudes negativas tais como despreocupação com o próximo, ceticismo e insensibilidade.

            Em relação à sintomatologia desta Síndrome Lima, 2007 relata que esta possui diversos sintomas os quais podem variar conforme a personalidade da pessoa e o ambiente de trabalho. Segundo Pereira, 2002 podem ser divididos em Físicos, Psíquicos, Comportamentais e Defensivos.

Os sintomas físicos envolvem a fadiga (indivíduo sente-se desanimado, angustiado e cansado), mialgia (apresenta dores principalmente na região cervical, nos ombros e na coluna), alterações no sono (pode apresentar insônia e pesadelos), dores de cabeça (na maioria dos casos é do tipo tensional, mas pode até ser intensa na qual o indivíduo não suporte luz nem barulhos), alterações gastrointestinais (perda ou aumento de ingestão de alimentos, distúrbios gástricos variando de queimação há uma gastrite sendo os mais relatados: diarréia, vômitos e náuseas), deficiência imunológica (organismo de torna menos resistente podendo apresentar gripes, resfriados, alterações na pele e alterações capilares como queda e/ou aparecimento de cabelos brancos), alterações cardiovasculares (pode haver um aumento da pressão arterial, arritmia até mesmo um infarto), alterações respiratórias (dispnéia, bronquite e asma), disfunções sexuais (dificuldade para ter relações podendo apresentar dor, ejaculação precoce e até mesmo impotência) e alterações menstruais nas mulheres (atraso ou suspensão da menstruação) (PEREIRA,2002).

        Nos sintomas psíquicos verificamos alterações na memória (principais alterações: dificuldade de fixação e lapsos de memória), falta de concentração (pessoa fica distraída e tem dificuldade de concentrar-se no que esta fazendo), pensamento lento, sentimento de alienação e solidão (pessoa sente-se distante do mundo em que vive sente-se sozinha e incompreendida), impaciência, impotência (sente que não pode fazer nada para mudar sua situação atual), distúrbios emocionais (alterações bruscas de humor), redução da auto-estima, alterações de humor (dificuldade em realizar atividades rotineiras, fraqueza e até mesmo depressão) e sentimento de onipotência (PEREIRA,2002).

        Nos comportamentais nota-se desatenção, descontrole emocional (pessoa se irrita com facilidade), aumento da agressividade, incapacidade para relaxar (sistema nervoso está sempre estimulado gerando contração muscular contínua fazendo com que o indivíduo não consiga se distrair e relaxar), dificuldade para aceitar mudanças (prefere situações rotineiras), perda da iniciativa, aumento do consumo de substâncias (podendo ser bebidas alcoólicas, café e até mesmo drogas), comportamento de alto risco (prática de atividades que coloquem sua vida em risco as quais visam minimizar o sentimento de impotência podendo até mesmo chegar ao suicídio) (PEREIRA,2002).

        Por último, temos os sintomas defensivos que compreendem o isolamento, perda de interesse (pelo trabalho ou lazer), absenteísmo (as faltas passam a ser uma saída ou uma possibilidade de alívio), vontade de abandonar o trabalho, ironia e cinismo (tanto com colegas quanto com as pessoas a quem presta serviços) (PEREIRA,2002).
           
            A sintomatologia da doença não obedece a uma seqüência nem aparece rapidamente, ela ocorre de forma gradual e pode até mesmo demorar anos ou décadas para que o indivíduo se sinta impossibilitado de exercer suas atividades no ambiente de trabalho (SILVA, 2008).
           

3 CAUSAS


            A Síndrome pode ser definida por ser uma tensão emocional crônica que se origina a partir do contato constante com outras pessoas quando estão preocupados ou com problemas.  Na maioria das vezes é desencadeada quando o indivíduo cria objetivos elevados e não consegue concretizá-los, fazendo com que tenha uma avaliação negativa de si mesmo. A partir deste momento ele começa a adquirir atitudes e sentimentos negativos tornando-se apático, sem interesse pelo trabalho, tendo a percepção que não é reconhecido. Ocorre um desgaste entre o profissional e seu trabalho fazendo com que o mesmo não tenha interesse em executar suas atividades laborais, podendo até mesmo chegar a ponto de desistir de trabalhar na empresa pelo fato de se sentir impedido de alcançar suas metas ou por não ser reconhecido (EBISUI, 2008).

            As causas da Síndrome compreendem fatores individuais, organizacionais e sociais, os quais desencadeariam em uma percepção, por parte do trabalhador, de desvalorização profissional ocasionando Burnout (CARLOTO, 2002).

Os fatores individuais são diferenças existentes entre os indivíduos podendo ser físicas, psicológicas e sociais. As principais variáveis para compreensão do comportamento do indivíduo em um contexto organizacional podem ser divididas em cinco categorias (CALDEIRA, 2003):
-Biográficas: São características pessoais objetivas tais como idade, sexo, tempo de trabalho e estado civil;
-Aptidão: É a capacidade individual que se têm para realizar uma determinada tarefa ou função. Podem ser intelectuais (memória, compreensão verbal, raciocínio numérico e velocidade perceptiva) ou físicas (utilizadas na execução de tarefas que envolvam força, destreza e aptidão;
- Personalidade: É a organização dinâmica do sistema psicológico da pessoa que permite que ele se ajuste ao meio em que vive. É resultante de influências do meio ambiente, da situação em que se encontra e de características hereditárias;
-Atitude: Tomada de decisão diante de uma determinada situação;
-Valores relacionados ao trabalho: São os valores diretamente ligados a profissão como, por exemplo, o tempo que a pessoa executa a função e a rotatividade,

Fatores organizacionais consistem em crenças e princípios relacionados a condutas e objetivos organizacionais desejáveis que norteiam a organização da empresa consistindo de interesses individuais e/ou coletivos (TAMAYO & BORGES apud MIGUEL e TEIXEIRA, 2009). Entre estes interesses se encontram (SCHWART apud MIGUEL e TEIXEIRA, 2009):
-Realização: tem como foco a competência do trabalhador visando sucesso dos funcionários e da empresa;
-Conformidade: seria a valorização do poder visando à obtenção de status, controle do mercado, recursos e dos indivíduos;
-Bem estar: prioriza a satisfação dos funcionários proporcionando qualidade de vida no ambiente laboral;
-Tradição: prioriza costumes e práticas adquiridas com o passar dos tempos;
-Prestígio: enfatiza o prestígio da organização na sociedade mediante a qualidade de produto;
-Autonomia: valoriza desafios, aperfeiçoamento, curiosidade, diversidade de experiências estabelecendo objetivos profissionais dos trabalhadores.

Segundo Formiga, 2006 os Valores Sociais caracterizam os indivíduos que visam o foco interpessoal relacionando-os a interesses coletivos. Estes valores são assumidos em indivíduos que sentem necessidade de serem reconhecidos, aceitos no grupo e de viverem harmonicamente. Podem ser divididos em valores normativos, os quais enfatizam a vida social, estabilidade do grupo, ordem, respeito com símbolos e padrões culturais, e em valores de interação que possuem foco no objetivo comum e na complacência (indivíduo que assume este valor tem interesse em ser amado, ter uma verdadeira amizade e apreciam a vida social ativa).                                                                                                                                                                                                                                   
           
Para melhor esclarecer estes fatores Gil-Monte e Peiró apud Borges (2002,p.193) propõe os modelos citados abaixo:


a) Modelos baseados nos marcos teóricos da abordagem sociocognitiva do eu. Supõe que as cognições dos indivíduos influem no que percebem e fazem e vice-versa e, por conseguinte, destacam fatores, como a competência e eficácia percebida, a discrepância percebida entre as demandas da tarefa e os recursos do indivíduo para atendê-las, expectativas de êxito e sentimento de autoconfiança;
b) Modelos fundamentados nas teorias de intercâmbio social, que destacam aspectos como a percepção comparativa dos êxitos obtidos, de falta de eqüidade e de dificuldade em solicitar apoio social, acreditando que este atesta fragilidade ou incompetência;
c) Modelos elaborados a partir da teoria organizacional, os quais destacam aspectos associados à estrutura organizacional, ao clima organizacional, às disfunções de cargo e de papel, à percepção de apoio social, ao manejo do estresse, através de respostas negativas ou de evitação da fonte estressora, à saúde organizacional e à cultura.

Discutindo a etiologia desta Síndrome Gil-Monte e Peiró apud Borges, 2002 classificam os fatores em desencadeadores e facilitadores.

Os desencadeadores da síndrome seriam o ambiente físico e fatores integrantes do posto de trabalho (ruídos, vibrações, iluminação, conforto físico, turnos, trabalhos noturnos, estar exposto a riscos e perigos, sobrecarga de trabalho e oportunidade de usar habilidades adquiridas), dificuldade no desempenho dos papéis, relações interpessoais, desenvolvimento laboral, possibilidades de ascensão profissional, agentes estressores relacionados com as novas tecnologias, clima organizacional e fontes extra-organizacionais de estresse no trabalho (relações entre as atividades laborais e a família).

As variáveis facilitadoras são as variáveis de caráter demográfico tais como idade (maior incidência em jovens), sexo (predomínio no sexo masculino), estado civil (menor incidência em casados), filhos (maior incidência em pessoas sem filhos); variáveis de personalidade (maior incidência em pessoas empáticas, centradas no trabalho, sensíveis, humanas, idealistas e que buscam eficiência no ambiente de trabalho); e as estratégias de enfrentamento e apoio social no trabalho.


4 PAPEL DO ENFERMEIRO


Durante o século XIX o enfermeiro do trabalho tinha como foco o tratamento e a prevenção de doenças e lesões relacionadas à atividade laboral. Atualmente houve uma mudança na qual o enfermeiro além de atuar neste nível atua na promoção da saúde, proteção específica para determinados agravos, reabilitação, reinserção do trabalhador no ambiente de trabalho, atuando também na gestão e nas políticas de saúde (RANDOLPH apud LOUREIRO, 2008).
             
            O enfermeiro deve planejar ações sistematizadas para que possa identificar os problemas que acometem o trabalhador e a empresa. Em um primeiro momento ele deve realizar a coleta de dados através de informações passadas pelo funcionário, obtidas por prontuário ou de observações diárias. O instrumento de coleta de dados eficaz para auxiliar no diagnóstico da Síndrome seria o MBI (Maslach Burnout Inventory) que contém vinte e duas afirmações seguidas de uma escala do tipo Likert (nunca, uma vez por ano, uma vez ao mês, uma vez na semana, algumas vezes por semana e todos os dias), elaborado a partir das três dimensões da síndrome (exaustão emocional, despersonalização e realização profisisonal)(MOREIRA, 2008).
Após a coleta de dados deve-se levantar o diagnóstico de enfermagem (julgamento clínico nas respostas do indivíduo baseado na coleta de dados) o qual identifica os problemas do cliente e os tornam possíveis de serem tratados por intervenções de enfermagem. O MBI fornece dados claros para que possamos diagnosticar a Síndrome de Burnout avaliando as dimensões em níveis (baixo, moderado e alto).
Após detectado o problema o enfermeiro dele planejar e implementar ações de caráter individual ou coletivo estabelecendo metas e objetivos visando reduzir ou eliminar os problemas identificados.

O Enfermeiro pode elaborar ações visando o tratamento e a prevenção da doença através do desenvolvendo atividades agrupadas nas categorias individuais, sociais e organizacionais.
A nível individual deve-se identificar agentes causadores de estresse e levantar as estratégias que estão sendo utilizadas para enfrentá-lo verificando quais estão sendo eficazes, as que estão sendo prejudiciais e as que não estão tendo nenhum efeito. Podem ser elaboradas estratégias como realização de treinamentos, focando a resolubilidade de problemas, treinamentos de assertividade e programas de capacitação orientando-os a utilizar o tempo de forma eficaz (PEREIRA, 2004; GIL-MONT, 2003).

Algumas orientações preventivas a serem dadas ao trabalhador segundo Pereira, 2004 e Carloto, 2007:
-Ter hábitos saudáveis de vida, praticar atividade física regularmente, ter uma alimentação balanceada (alimentando-se em horários regulares) e dormir no mínimo seis horas por dia;
-Realizar atividades agradáveis durante o tempo livre, não se deve preenchê-lo com mais trabalho;
-Desenvolver atividades que lhe tragam satisfação pessoal como música, dança artesanato entre outras;   
-Não tentar superar seus limites. Diga sempre não quando verificar que não tem condições concretas de alcançar os objetivos;  
-Organizar o ambiente de forma que traga conforto e bem estar;  
-Buscar neutralizar agentes estressores.    
-Agir positivamente no ambiente de trabalho: elogiar colegas, ter relações positivas, manter auto-estima, auxiliar companheiros, planejar maneiras de agir de acordo com as situações.
-Controlar o tempo: elaborar objetivos que podem ou não serem modificados, definir prioridades e ritmo de trabalho, aproveitar os momentos livres.
-Definir responsabilidades: verificar quais são suas funções, aproveitar os recursos disponíveis, conhecer e ter controle sobre sua área de trabalho, buscar ajuda profissional e emocional.
-Ter abertura: efetuar modificações no ambiente de trabalho e nos métodos de trabalho, solicitar avaliação do seu trabalho e aceitar mudanças e sugestões.
-Manter-se atualizado: buscar aumentar teus conhecimentos e aumentar suas habilidades de comunicação e relacionamento interpessoal.
-Procurar utilizar técnicas de relaxamento, pois estas auxiliam no controle de agentes estressores permitindo um distanciamento para que o indivíduo possa refletir sobre sua situação e aumentar suas forças.
-Realização de psicoterapia pessoal por um profissional habilitado é importante para ajudar o trabalhador no enfrentamento do estresse e burnout.
                                                                                                                          
Na categoria social a estratégia por excelência é a utilização de um suporte no trabalho por parte dos colegas e supervisores de trabalho. Através deste apoio os profissionais adquirem novos conhecimentos ou aperfeiçoam os que já possuem, obtêm reforço social e feedback sobre o desempenho do seu trabalho, além de obter apoio emocional, aconselhamento e outros tipos de auxílio (GIL-MONT, 2003).  
  
Finalmente é importante considerar o nível organizacional a partir da origem do problema que se encontra no contexto laboral sendo assim a direção da organização deve desenvolver programas de prevenção destinados a melhorar o ambiente e o clima da organização.  As estratégias relevantes as quais poderiam ser implantadas a partir da direção da organização seriam os programas de socialização precoce, implementação de sistemas de avaliação (como por exemplo, os feedbacks) e processos de desenvolvimento organizacional (GIL-MONT, 2003).   
            É importante para o enfermeiro realizar uma avaliação das ações implementadas verificando as que foram eficazes e as que não tiveram efeito para que possa proporcionar ao trabalhador qualidade na assistência e garantir resultados para a empresa.

                                   
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS


O ser humano muitas vezes sente dificuldade em dar um sentido para sua existência. Desta forma o trabalho tem um significado importante na sua vida podendo gastar tempo, envolvimento e energia maior do que as necessidades pessoais, de lazer entre outras. Na maioria das vezes a empresa não se preocupa com o funcionário visando somente a lucratividade e até mesmo o trabalhador, muitas vezes, só percebe que esta acometido pelo stress ocupacional quando já não consegue mais controlar a situação. Assim sendo, cabe a todos os profissionais que atuam com a saúde do trabalhador, difundir e alertar os trabalhadores sobre a síndrome, focando as causas, sintomas e formas de prevenção, trazendo benefícios não só para o trabalhador, mas para a empresa como um todo.


6 Referências


ALVAREZ, C. D. et al. Revisión teórica del burnout o desgaste profesional en trabajadores de la docência. Canoas, Ceasura, n. 2 Jan/jul, p. 47 - 65, 1993.

BORGES, L.O. et al. A Síndrome de Burnout e os valores organizacionais: Um estudo comparativo em hospitais Universitários. Psicologia: Reflexão e Crítica. V.15, n.1, p.189-200. jan.2002

CALDEIRA, P.Z. Características Individuais. 2003. Disponível em: http://www.lusiada.org/modules. php?name=Downloads&d_op=viewdownload&cid=3. Acesso: 16 de setembro de 2009.

CARLOTO, M.S. A Síndrome de Burnout e o Trabalho Docente. Psicologia em Estudo, Maringá, 2002, v. 7, n. 1, p. 21-29, 2002

CARLOTO, M.S. O que é Síndrome e Burnout? 2007. Disponível em: http://www.idmed.com.br/2009/54/Sa%C3%BAde/Sa%C3%BAde-Mental/sindrome-de-burnout.html. Acesso: 1 de setembro de 2009.

CARLOTO, M.S; CAMARA, S.G. Síndrome de Burnout: uma doença do trabalho na sociedade de bem estar. Aletheia: 2007 n.25, p.202.


EBISUI, C.T.N. Trabalho docente do Enfermeiro e a Síndrome de Burnout: desafios e perspectivas. 2008. Dissertação (Doutorado Enfermagem Psiquiátrica), Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.

ESTEVE, J.M. O mal-estar docente. Lisboa, Portugal: Escher, 1992.

FORMIGA, N.S. Valores Humanos e Condutas Delinqüentes: As Bases Normativas da Conduta Anti-Social e Delitiva em Jovens Brasileiros. Psicologia para América Latina: 2006, n.7. Disponível em: http://www.psicolatina.org/Siete/valores.html. Acesso: 20 de setembro de 2009.

GIL-MONTE, P.R. El Síndrome de Quemarse por el Trabalho (Síndrome de Burnout) en profesionales de enfermería. Revista Eletrônica Interação Psy. 2003.v.1,n.1,p.19-33

JBEILI, C. Burnout em Professores: Identificação, tratamento e prevenção. Brasília, 2008. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/3017297/Cartilha-Burnout-Chafic-Jbeili. Acesso em: 20 de Julho de 2009.

LIMA, O.  Síndrome de Burnout. Webartigos. 2007. Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/2450/1/sindrome-de-burnout/pagina1.html. Acesso: 20 de julho de 2009.

LINS, A.L. Você conhece a Síndrome de Burnout? Belo Horizonte, 2008. Disponível em: http://www.brasilwiki.com.br/noticia. php?id_noticia=3810.

LOUREIRO, H et al. Burnout no trabalho. Referência, 2008, n.7, p.33-41. Disponível em: http://www.esenfc.pt/rr/rr/index. php?target=Detalhes&id_website=3&id_edicao=23

MIGUEL, L.A. P; TEIXEIRA, M.L.M. Valores Organizacionais e Criação do Conhecimento Organizacional Inovador. Curitiba: RAC, 2009, v.3, n.1, art.3, p. 36-56. Disponível em: http://www.anpad.org.br/rac. Acesso: 20 de setembro de 2009.

MOREIRA, H.R. Síndrome de Burnout em Professores de Educação Física: Um estudo de casos. Buenos Aires: Revista Digital, 2008, n. 123. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd123/sindrome-de-burnout-em-professores-de-educacao-fisica.htm. Acesso: 29 de setembro de 2009.

PEREIRA, A.M.T.B. Burnout: quando o trabalho ameaça o bem estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002, n.1, p.202-282. 

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RODRIGUES, R. Síndrome de Burnout atinge três em cada dez funcionários brasileiros. São Paulo, 2009. Disponível em: http://www.metodista.br/rronline/cultura/sindrome-de-burnout-atinge-tres-em-cada-dez-funcionarios-brasileiros/. Acesso em: 20 de Julho de 2009.

SILVA, J.P et al. Estresse e Burnout em Professores. Sergipe: Fórum Identidades. 2008.v.3,n.2,p.75-83. Disponível em: http://www.posgrap.ufs.br/periodicos/revista_forum_identidades/. Acesso: 10 de setembro de 2009.

SILVÉRIO, J.M.A. Burnout no desporto: Estudo Comparativo em Atletas do Triatlo, Natação, Ciclismo e Atletismo. 1995.Dissertação ( Mestrado Medicina Desportiva)- Universidade do Minho, Braga.

WIKIPÉDIA. Síndrome de Burnout. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Burnout. Acesso em 15 de agosto de 2009


[1]Pós-Graduanda em Enfermagem do Trabalho pelo Instituto Passo1. Uberlândia. MG. E-mail: pamelapatriciaenf@hotmail.com
[2] Enfermeiro do Trabalho. E-mail: degmar@fourseg.com


Obs:  Trabalho apresentado pela enfermeira Pâmela Patrícia   para conclusão do curso de enfermagem do trabalho do Instituto passo 1.


Atenção: Proibido cópia sem referência aos autores


Referência:


SiILVA, P.P.C; CASTRO, D. Síndrome de Burnout. Trabalho Acadêmico (Curso Pós-Graduação Enfermagem doTrabalho) - Instituto Passo1, Uberlândia, dezembro/2009.